segunda-feira, 25 de março de 2013

Decálogo do Professor de EaD (by Leffa)

Em meados de 2011 tive a oportunidade de participar do IV Encontro Nacional de Hipertexto e Tecnologias Educacionais. Entre as múltiplas e interessantes atividades do evento, tive a felicidade de participar de um seminário com amigos e colegas com os quais há alguns anos compartilho inquietações, dúvidas e soluções em torno de tecnologias para o ensino-aprendizagem de línguas. Em comum, além da amizade e dos interesses profissionais, a presença constante do nosso eterno orientador, o professor Vilson Leffa.

Na oportunidade, o professor Leffa apresentou-nos em primeira mão o seu Decálogo do Professor de EaD. Eu anotei o decálogo numa folha de bloco, que vem me namorando há quase dois anos desde cima de uma escrivaninha. Fiquei sabendo que, além do resumo publicado no caderno do evento, em 2012 o professor publicou, junto com a competente colega Christiane Heemann, o seu decálogo como capítulo de um livro editado pela UEM (LEFFA, Vilson; HEEMANN, Christiane. Decálogo do professor de EaD. In: Perspectivas educacionais para o ensino de línguas. Maringá: Editora da UEM, 2012). Infelizmente, não tive acesso a este livro e não sei como está organizado o texto, mas tenho certeza de que o professor não se importará se eu transcrever aqui, de maneira bem objetiva, seus dez mandamentos. Transcrevo a partir do que pude anotar e não faço qualquer comentário, para não descaracterizar as ideias originais com minhas impressões pessoais. Lá vai:

  1. Desconfiarás de quem critica sem conhecer. 
  2. Perguntarás o que a tecnologia pode fazer por ti, não o que podes fazer pela tecnologia. 
  3. Incentivarás a cópia. 
  4. Planejarás mais para trabalhar menos. 
  5. Motivarás por meio dos recursos. 
  6. Valorizarás a interação mais do que o conteúdo. 
  7. Usarás de humor. 
  8. Tornarás a mídia invisível. 
  9. Fundarás uma comunidade. 
  10. Não seguirás estes mandamentos. 

Deles, o que talvez mais tenha despertado curiosidade no momento, foi o terceiro. Lógico, isso tem que ser MUITO bem entendido e posso comentar um pouco mais, se alguém tiver interesse. O décimo, claro, demonstra o caráter e o constante bom humor desse professor, que é sempre um grande exemplo!

6 comentários:

  1. Muito bom você ter trazido este decálogo aqui do querido professor Leffa. Como foi bem dito, também acredito que vale muito a pena que sejam comentados esses pontos. Imagino que o terceiro ponto tenha que ver com o aproveitamento do que já foi produzido por outros e remixar conteúdos (dando os créditos correspondentes é claro). Podemos ir conversando sobre esse ponto e os outros entre todos. Pode ser?

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    1. Grande Gonzalo!
      É isso mesmo, amigo! Quando o professor Leffa estimulou a cópia, lembro que todos ficamos de olhos arregalados. Ele logo explicou: o aluno deve ser ensinado a pesquisar, usar fontes fidedignas; logo, deve copiar dessas fontes e ser orientado a refletir, reescrever, acrescentar, tirar, conectar outras referências e, assim, criar algo próprio. Tudo começa com a cópia, mas não pode parar aí.
      Genial o professor Leffa, né? :-)

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  2. Oi Marcus! Legal tu teres compartilhado o Decálogo do Professor da EaD do professor Leffa, um texto que te "seduzindo" do alto da escrivaninha, esperava o momento e o meio certos para encontrar e provocar outros leitores.

    Ainda que o Decálogo esteja dirigido aos professores da EaD, pessoalmente, acho que ele serve muito bem para a educação presencial. Acho que o professor Leffa ao escolher tal formato, coloca de uma forma bem humorada e, por que não, pontual, a necessidade de mudança de atitude e postura por parte de professores em um tempo em que as formas de aprender, as interlocuções humanas estão e serão mediadas por tecnologias, talvez ainda nem imaginadas. Tanto na educação a distância, como também na presencial não se pode mais ignorar às necessidades e aspirações dos sujeitos dessa geração, sob o risco de ficarmos ainda mais confusos sobre a função social do nosso trabalho. Por isso também, que o aparentemente divertido décimo mandamento, me chama a atenção. Em tempos novos, em que as informações são produzidas com uma rapidez avassaladora, sem sequer nos dar fôlego para que possamos pensar sobre elas, ah como seria bom, ter acesso a uma receita, a um conjunto de regras que nos permitisse mais estabilidade, menos tontura. O professor Leffa, de forma muito sensível e inteligentes, escolhe nos dizer que há caminhos, não receitas. Assim, apesar dos nove mandamentos anteriores, o décimo vem revogar a rigidez de regras impostas. O decálogo nos compartilha princípios e nos faz pensar que para educadores o significado mais interessante é entender que "caminantes, no hay caminos, el camino se hace al caminar" Afinal somos aprendentes, sempre e, sobretudo, nesta profissão e nesta modalidade. Protagonistas na construção dos nossos saberes, considerando o outro, nosso colega ou alunos, como parceiro fundamental nesse processo. Como bem explica o mote do Blog. Peço desculpas aos leitores que por aqui passa, pelas reflexões ainda incipientes. Abraço grande, Marcus.

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    1. Que legal, Andrea!
      Muito boa a tua leitura do décimo mandamento. Foi mais ou menos por aí que o professor Leffa caminhou na sua apresentação. Temos que ser criativos e atrevidos, para termos consciência de que toda regra tem limites e, pelo bem dos alunos e da aprendizagem, todas elas podem ser transpostas.

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  3. Super interessante o texto. Fiquei curiosa para ler, também, o texto do prof. Leffa, que, como mencionaste, é um grande exemplo.

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    1. Pois é, Ange, uma pena que, conforme comentou lá no Face, o professor Leffa ainda não teve seu texto publicado. A edição era para ser de 2012, mas a impressão ainda não saiu. Vamos esperar, pois certamente, tem muito mais coisa interessante lá para comentar! ;-)

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