sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Feliz eu novo!

O guri de cabelo arrepiado caminha ao lado da amiguinha de fitinha no cabelo. Estão comentando sobre o Natal e o período de festas. Em meio à conversa, ele reproduz o que tem ouvido por todo lado: As pessoas esperam que o ano que está começando seja melhor que o anterior! A guria, muito séria, para na frente do amigo e olha nos seus olhos: Aposto que o ano que está começando espera que as pessoas é que sejam melhores!

Gênio essa guria, não? Na verdade, ela não existe. É criação da mente do fantástico cartunista argentino Quino. Seu nome é Mafalda e por muitos anos foi porta-voz do seu criador em reflexões a respeito de temas como política, religião, mídia, relações familiares, costumes e muitos outros.

Reli a tira há poucos dias, por ocasião da proximidade das festas de fim de ano. Alguém a postou em uma rede social. Bom, geralmente a gente tenta fazer com que o ano seja melhor pulando sete ondas, comendo lentilha ou vestindo uma cueca amarela (ou vermelha ou branca, depende do objetivo). Mas como, afinal, podemos fazer com que nós mesmos sejamos melhores?

Há uma frase atribuída a Einstein que diz assim: Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Talvez parte do segredo esteja aí. Se todos os anos fazemos as mesmas coisas e da mesma forma, fica difícil que algo mude. Como eu sempre digo para meus alunos, não se aprende espanhol por intervenção divina: é preciso exercício, esforço, dedicação. Sorte não é mais que um feliz encontro entre oportunidade e preparação. Se a chance surge e não estamos preparados, não podemos aproveitar o que se nos apresenta.

Enfim, para que algo mude na nossa vida, temos que mudar nós mesmos e toda mudança, para melhor ou para pior, é uma questão de escolha. Vem-me à memoria uma história que conta a monja budista Pema Chödrön sobre um velho sábio indígena da América do Norte que conversava com seu neto sobre o bem e o mal no mundo. Dizia ele que dentro do homem há dois lobos eternamente em luta. Um é cruel e sanguinário, o outro, gentil e justo.  Quem vence?, pergunta o netinho. Vence aquele que eu escolher alimentar, responde o avô.

Acho que minha ideia para essa entrada de ano se resume a isso. Podemos ter um mundo melhor, mas se eu quero isso de verdade, não posso ficar esperando que o governo mude, que o chefe mude, que o colega mude, que o vizinho mude. Tenho que mudar eu! Tenho que ser o melhor que eu posso ser. Estamos no mundo para sermos felizes, mas para isso, precisamos fazer felizes aos outros em primeiro lugar.

Feliz 2014! Feliz eu novo!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A gente é gente!

O guri acordou cedinho para ir à aula. Não queria estar ali. A aula é chata e o professor o tirou para Cristo... ou para Judas em dia de malhação. Parece que tudo que acontece na sala de aula é culpa sua. Mas tudo bem... pior é ficar em casa vendo o pai se acabar na bebida e bater na mãe. Além do mais, se não vai à escola, não come. A merenda da escola é a única comida decente que tem o dia todo. O jeito é aturar.

Cansado de ser o saco de pancadas, resolveu fazer a lição. Preenche a lacuna com o verbo correto. Preenche um, preenche dois... bolinha de papel na cabeça. O guri não é flor que se cheire, está certo. Aprendeu com o pai. Tem que bater para não apanhar. Olha na volta e não enxerga de onde veio a bolinha. Preenche três, preenche quatro... outra! Desta vez, o quadrante da sala de onde veio a agressão pisca como num videogame. Foi dali! Preenche cinco, preenche seis... terceira bolinha, agressor localizado... Se tocar outra eu vou aí! O colega faz uma careta. Eu vou aí!

O professor, finalmente, parece acordar da sua letargia. Que está acontecendo, guri? Ele está me jogando bolinha de papel. Está mesmo, fulano? NADA A VER, PROFE, ESTOU QUIETO AQUI. O professor olha para o guri. Preto, pobre, com histórico de brigas e várias visitas à coordenação pedagógica. O professor olha para o outro. Loirinho, filho do dono da farmácia do bairro. Meio encapetado, está certo, mas é normal na idade dele, não? Guri, vai fazer teu exercício; fica de castigo no recreio para aprender a não mentir.

O professor volta para sua mesa. O guri, cabeça baixa, fica repetindo seu mantra: Eu odeio este lugar! Eu odeio este lugar!

Ok, talvez eu tenha exagerado um pouco nos matizes, mas só um pouco. Esta história é baseada num caso real e foi contada a mim por um aluno da universidade que está em estágio. Ele foi testemunha do caso e compartilhou comigo e com seus colegas numa disciplina em que estamos discutindo a importância de uma educação menos centrada na produção e mais voltada para o ser humano. O caso é triste, mas é mais comum do que podemos imaginar.

Há alguns anos, quando cheguei para trabalhar numa escola municipal de Pelotas, a primeira coisa que meus colegas me disseram foi para tomar cuidado com certo aluno "especialmente problemático". Até armado ele já entrou na escola, me disseram. Era uma turma grande de sétima série. Entrei na sala e logo identifiquei o rapaz. Calado e com cara de poucos amigos. Boné enfiado na testa. Conversei com a turma, propus minha dinâmica para o ano, aparamos umas arestas e fiz uma brincadeira para que eles se apresentassem em espanhol. O rapaz não quis brincar. Aproximei-me, toquei seu ombro e disse que tudo bem, ele não estava obrigado, mas podia pelo menos me dizer seu nome em português? Ele me olhou meio espantado e disse. Acho que nenhum professor tinha tocado no seu ombro antes. Na aula seguinte, quando propus uma atividade, ele foi o primeiro a se voluntariar para ir ao quadro. Gostou! Ganhei o garoto, que se tornou um dos meus mais empolgados estudantes, ainda que outros professores continuassem a falar mal dele.

Às vezes, a gente só tem que perceber que aquela criatura ali na sala de aula não é um aluno. É gente. E gente tem história, gente sofre, gente chora... mas gente também ri e ama. E se ri e ama, às vezes um toque no ombro é tudo o que se precisa para se chegar ao seu coração.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Quem corre, chega mais rápido!

Vida de professor universitário não é brincadeira! Espera... vida de professor não é brincadeira! Quem lida com Educação sabe disso. Preparar uma aula que seja interessante e significativa para os alunos exige bastante. Mobilizar e motivar um grupo de alunos, salvo raras exceções, consome uma quantidade considerável de energia. Avaliar é uma tarefa delicada, que precisa ser bem planejada e pode ser bem estressante. Isso apenas para mencionar os aspectos mais básicos da vida docente.

E o professor que se envolve com projetos? Pesquisar é maravilhoso, mas dá trabalho... principalmente burocrático. Criar e redigir um projeto, preencher formulários e relatórios, analisar dados, publicar. Ah... publicar! A política do publique ou pereça tão estimada pela CAPES, o CNPq e outros órgãos de fomento. No final das contas, temos que publicar tanto que hoje em dia já se está discutindo no meio acadêmico se isso vale a pena mesmo. Publica-se em tanta quantidade que a qualidade fica em segundo plano: os textos acabam ficando rasos. Não há tempo para uma reflexão profunda e para colocar no papel algo que realmente valha a pena ser lido.

Nunca se leu tanto do mesmo do que nos últimos tempos. Os pesquisadores acabam ficando repetitivos. Há aqueles que se dedicam, inclusive, à nobre arte da memorização do dicionário de sinônimos. Os artigos mudam as palavras, mas não o conteúdo.

E os professores que se dedicam à Educação a Distância? Esses nem madrugadas têm. Que ninguém tente perguntar o que eles fazem da meia-noite às seis, pois a resposta será: Dou feedback aos meus alunos da EaD.

Nós, professores, estamos sempre correndo, como se um rio de lava estivesse mordiscando nossos calcanhares: corre ou vais te queimar!

Claro que isso não é prerrogativa nossa. A vida hoje está assim: compromisso em cima de compromisso. Até uma criança de quatro anos têm tantos compromissos na agenda que sequer tem tempo para exercitar o belo ofício de ser criança.

Por sorte, ainda tem gente que pensa neste mundo!

Outro dia, estava chegando à universidade e um colega de outro departamento, professor buena onda e grande humanista, me perguntou: Como estás? Eu: Correndo como sempre! Ele: Cuidado! Quem corre, chega mais rápido... ao fim!

Certamente ele notou meu sorriso amarelo. Foi meio que um soco no fígado. Doeu. A verdade dói. Mas ele tem toda a razão. Semanas depois, após dias dormindo algo em torno de quatro horas para entregar um texto urgente e duas viagens de trabalho seguidas, do tipo de chegar em casa e sair para a segunda viagem pouco mais de duas horas depois, o coração velho me acordou no meio da noite. Arritmia. Coração disparado de pura exaustão. Respirei fundo e fiz minha prática de meditação, já meio esquecida. O coração acalmou. Dormi. No dia seguinte, decidi: chega! Corri demais. Não quero chegar rápido. Prefiro aproveitar o caminho, olhar a paisagem e viver feliz.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Para que ir à escola?

Noite de quarta. Sala de aula cheia e um calorzinho agradável de início de primavera.

O grupo de alunos, todos sentados num grande círculo, compartilha ideias. A proposta é simples. Em cima de temas culturais e históricos previamente distribuídos, cada estudante deve apresentar uma sugestão criativa para ensinar espanhol a um grupo fictício de alunos do Ensino Médio. Alguns se superam e criam verdadeiros diamantes didáticos. Outros tantos se contentam com contas de vidro. Normal! Em todas as turmas há aqueles que surpreendem e aqueles que preferem ser surpreendidos.

Depois de umas quantas apresentações, quase ao fim da atividade, uma aluna, mãos tremendo por um nervosismo que eu não entendo - não sou dos professores que costumam espancar alunos... nem mesmo emocionalmente - fala sobre uma ideia mirabolante de aproveitar elementos de língua e cultura de grupos indígenas andinos como estopim para uma atividade envolvendo espanhol. Ela termina falando do necessário respeito aos povos indígenas e do importante papel social do professor. Essa vai dar das boas, penso eu. Todos aplaudem.

Aproveitando o gancho,  amplio um pouco a ideia sobre a responsabilidade do professor fora e dentro da sala de aula. Termino com a pergunta: para que a gente vai à escola? Alguns instantes de silêncio. Logo, as respostas: "para aprender", "para se educar", "para os pais descansarem", "para ter uma profissão"... Difícil, penso eu. Mudo a abordagem: "Para que a gente vive?" Silêncio... Acho que ninguém tem pensado muito sobre isso ultimamente.

Em meio a olhos espantados com a pergunta, sorrisos amarelos e alguns sussurros, identifico alguma coisa. Peço para o aluno repetir. "Minha mãe diria que a gente nasce para ser feliz." Benditas sejam as mães! São nossas melhores professoras... em geral.

É isso aí, gente, digo eu. A gente nasce para ser feliz. A gente vive para ser feliz. A gente vai à escola para ser feliz. É incompreensível que uma criança vá à escola com medo ou com vontade de não ir. Toda criança deveria amar a escola. Mas para isso, todo professor tem que amar a escola. A gente vai para lá para ser feliz. A escola é o lugar da felicidade por excelência. Chega de alunos tendo como horizonte não mais que a nuca do colega da frente. Chega de professores gritando por atenção. Chega de tédio, sofrimento, agressão. Pais, alunos, mas sobretudo professores temos o dever de criar a escola da felicidade. Não estou dizendo coisas a priori. Rogers já disse isso. Freire cansou de dizer isso. Alves ainda insiste nisso.

Não sou ufanista. Tento manter os pés no chão. Mas se a gente vai à escola para ser feliz, algumas coisas precisam mudar já. Vamos tentar?

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Um presidente no fim do mundo

“Amigos todos, soy del sur, vengo del sur.” Assim começa o discurso do Presidente José Mujica do Uruguai, pronunciado em sessão da ONU em setembro de 2013. Assim começou mais um encontro da disciplina INTERCULTURA E EDUCAÇÃO – DESCOLONIZAÇÃO DO SABER, do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSM.

Meus colegas de doutorado e eu assistimos ao vídeo pelos 47 minutos em que se desenvolve o pronunciamento do presidente uruguaio, com sua voz pausada de filósofo, como o qualifica a encantadora poeta, também uruguaia, Cristina Peri Rossi. A maioria dos matriculados na disciplina estava no auditório. Na mesa de debates, o "culpado" por tudo, professor Valdo Barcellos, acompanhado do simpático e generoso Prof. Santin e do melhor diarista do Alegrete, Wenceslau Leães Filho – entenda-se diarista, neste contexto, como aquele que escreve diários, não como aquele que faz faxinas. O amigo Wença escreveu o primeiro diário da disciplina, que ficou registrado nos anais da universidade como o mais divertido já escrito na história da escrita de diários de disciplinas de doutorado.

Após os 47 minutos de vídeo, o professor Valdo em sua indefectível calça vermelho-restart, abriu para os debates, deixando com a palavra o professor Santin, que precisava ir embora até as 15h30min, notícia que provocou lágrimas em não poucos. O professor Santin começou esclarecendo o papel de debatedor, diferenciando-o do de comentarista, e logo discutiu vários dos pontos do discurso com um bom humor muito próprio, o que tornou a conversa particularmente agradável. Seu debate iniciou-se já pela primeira frase do discurso, aquela que repliquei no início deste texto. Chamou nossa atenção, o velho professor, ao fato de o discurso começar quebrando o protocolo e chamando os presentes de “amigos” e não de “senhores representantes-delegados-ou-coisa-que-o-valha”. Uma provocação, talvez, mas mais que tudo, marca de um humanista, preocupado mais com a pessoa do que com o cargo ou a posição hierárquica que cada um ocupa. 

Também apresentou-se como um homem do sul. Para o debatedor, isso teve um significado muito especial. Mujica é uruguaio. Todos o sabem. Estava na tribuna como presidente do pequeno país. Sua intenção, entretanto, era marcar que estava falando desde o ponto de vista das nações do lado de baixo do Equador. Nações pobres, em sua maioria, massacradas por leis internacionais criadas pelos ricos e para os ricos. Nesse momento, Mujica se alçava a representante de toda uma massa da população mundial esmagada pelas botas do capitalismo e desassistida pela própria ONU, pois como ele diz em seu discurso, a ele e aos seus semelhantes, pequenos presidentes de pequenos países, não lhes é dado sequer servir o café nas salas em que as grandes decisões são tomadas, um dos aspectos também destacados, no debate, pelo amigo Wenceslau, dos Leães do Alegrete.

Enfim, os debatedores trataram brilhantemente de vários aspectos do brilhante discurso, dentro do tempo que tinham disponível. Foi um encontro memorável, mas o que eu mais quero aqui é pedir aos meus gentis leitores maior atenção ao bom José Mujica. Ele é uma pessoa que vale a pena. Tentem conhecer sua história de tupamaro e seu renascimento como político. Mas mais que tudo, procurem conhecer suas ideias. Aprender com os grandes que não se creem grandes é sempre uma boa aprendizagem.

Antes de concluir, faço eu minha própria reflexão em cima do muito que aprendi nessa aula sobre o José carinhosamente chamado Pepe por “los suyos”. Ele é o tipo de presidente que eu gostaria de ter por estes pagos. Não ficaria triste que ainda outros pagos tivessem gente assim. Não é à toa que a consagrada revista inglesa de tendências Monocle, em artigo de agosto de 2012, chamou Mujica de o melhor presidente do mundo, colocando-o provocativamente acima de Obama e de outras figurinhas fáceis da política internacional. O homem que fica com apenas 10% dos 12.500 dólares que recebe mensalmente é, sem dúvida, um belo exemplo, pois seu trabalho político não é feito só de discursos, sua fala é sustentada por ações – não as da Petrobrás, ações de verdade, atos concretos, de quem, à moda antiga, honra o fio do bigode.

Não estou fazendo uma crítica à presidenta Dilma. Acho que ela fez algumas coisas boas, muito embora ainda pudesse melhorar muito. Trata-se, porém, de um exemplo de humanidade que, parece-me, o mundo está precisando. Nenhum líder mundial pode dizer com tanta propriedade: “"Es posible un mundo con una humanidad mejor. Tal vez hoy la primera tarea sea salvar la vida". Ele o disse e, a cada dia, assina embaixo.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Tudo vale a pena se a alma não é pequena!

Corre o ano de 1989. Estudantes chineses, de peito aberto, enfrentam tanques de guerra na Praça da Paz Celestial. O muro de Berlim é derrubado a marretadas enquanto famílias separadas por décadas se reencontram emocionadas. O Dalai Lama dá novo impulso a sua luta pela libertação do Tibet ao ganhar o Prêmio Nobel da Paz.

Corre o ano de 1989. Eu, adolescente, ao som de Legião Urbana, embrenho-me em minha primeira peleia política. Era a primeira eleição livre para Presidente do Brasil após os anos da ditadura militar e, mesmo não podendo votar ainda, como bom gaúcho, defendi ferrenhamente o velho Brizola nos debates acalorados entre estudantes nos corredores da Escola Técnica Federal de Pelotas – mais tarde CEFET, hoje IFSul. Brizola perdeu. Lula perdeu. Collor ganhou... o resto já se sabe...

O ano de 1989 correu e, apesar de não trazer tanta sorte para o Brasil quanto trouxe para o resto do mundo, foi um ano bom para mim. Foi nesse ano que me tornei consciente, pela primeira vez na vida, de que por trás de toda a minha timidez o que eu realmente queria fazer era trabalhar com palavras e ser professor. Isso aconteceu graças ao mestre Jorge Moraes, professor de Português e Literatura. Ele propôs uma série de temas que cada aluno deveria assumir para apresentar na forma de uma palestra ao final do semestre. Algo em torno de dez minutos. Escolhi “Música, Retrato de uma Época”. Falei animadamente por quase 30 minutos e terminei com o célebre trecho do poema de Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. O professor Jorge se emocionou. Eu me emocionei. Esse momento nunca mais me abandonou.

Mais de dez anos depois, voltei a estudar. Resolvi fazer um curso superior e optei pela Licenciatura em Letras-Espanhol. Era, então, programador e professor de informática. Minha vida tinha dado muitas voltas e as circunstâncias me tornaram um enamorado da língua de Cervantes, Neruda e Benedetti. Uni duas paixões: a língua e a docência. Tive bons professores na UFPel, mas foi o mais exigente, aquele que fazia temblar a não poucos que me cativou por seus projetos e por sua dedicação. Com o professor Elton Vergara Nunes aprendi muito, mas, sobretudo, entendi o significado da inclusão.

Quando, mais tarde, cheguei ao mestrado na UCPel, já professor de língua estrangeira e ainda entusiasta das tecnologias, encontrei meu guru definitivo, o professor Vilson Leffa com seu imbatível axioma: “Se não és capaz de explicar tua teoria para um doutor e para uma criança e ser entendido por ambos, tua teoria não é boa”. Difícil, muito difícil mesmo ver na academia tanta humildade e humanidade em um profissional cujo nome é tão reconhecido internacionalmente.

Agora, como professor da UFSM, nos Cursos de Espanhol do presencial e da EaD, e doutorando em Educação, tenho a sorte de contar com vários bons parceiros. Meu orientador, professor Amarildo Trevisan, que me guia pelos mistérios da Hermenêutica e do Reconhecimento; professora Vanessa Fialho, parceira de todas as horas, que me ensinou a importância do bom humor na academia; professora Angelise Fagundes, a companheira que compartilha não só minha vida como também a crença na possibilidade de uma educação humana e afetiva. São alguns dos nomes que saltam entre tantos que lamento não poder citar.

Professores! Tive muitos desde a professora Marlene lá na primeira série no inicinho dos anos 1980. A grande maioria me deu grandes exemplos e é uma pena que não tenha mais espaço para falar de cada um deles. Poucos me decepcionaram. Seja como for, cada um colaborou para que eu me tornasse quem sou hoje. Agradeço-lhes diariamente e mais especialmente ainda neste mês em que comemoramos o dia dos professores. Obrigado, meus professores, por me ensinarem a ser. Obrigado, meus colegas, por me ensinarem a compartilhar. Obrigado meus alunos, futuros professores, por me lembrarem a cada dia de que “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ah! Eu sou gaúcho! E muito mais!

Já vai embora o setembro! Deixa um saldo de chuvas e dias frios, além do renovado sentimento de orgulho por viver e ter nascido nesta "pátria gaúcha".

Pelas ruas, mais que em todos os outros meses, entoou-se com vigor o hino riograndense. Gente pilchada, cavalos garbosos, o mate correndo solto. Coisa bonita de se ver! Churrasco e carreteiro, então, foram os pratos cotidianos, mesmo para os gaúchos mais urbanos como eu, que não levam a mesma vida da gente valorosa do campo.

Meu colorado é de aço e não de músculos. Raramente uso bombacha e, se uso, é a castelhana (heresia para alguns). Bota, não tenho o costume, mas simpatizo com as alpargatas. Talvez por ser professor de espanhol me identifique com o gaucho e misture um pouco o que há do lado de cá e de lá das fronteiras, sem dar importância para as antigas rivalidades e peleias, que alguns teimam em sustentar. Num mundo dito globalizado, parece-me bobagem alimentar o preconceito para com o outro. Se sou gaúcho, minha história é portuguesa, sim, mas também é espanhola, alemã, italiana, indígena, africana... 

Talvez entenda bem isso porque em minhas veias corre sangue de praticamente toda etnia que habita ou habitou estes pagos. Eu nasci do encontro de todas as águas e me sinto privilegiado por isso, pois, de alguma maneira, minha genealogia é a genealogia do Rio Grande. É por isso que me sinto motivado a gritar em uníssono com o resto da torcida: "Ah! Eu sou gaúcho!"

Sim, eu sou gaúcho com muito orgulho, mas também sou brasileiro, sou latino, sou professor, sou colorado, sou homem, sou heterossexual, sou estudante, sou pesquisador, sou escritor, sou artista marcial, sou amigo, sou filho, sou irmão, sou tio, sou amante. Espero um dia ainda ser pai, desenhista, cantor, instrumentista... São tantos os elementos que me definem, minha identidade é tão vasta, tenho tantas coisas parecidas com tanta gente, que quando escuto ou leio alguém defendendo uma atitude marcadamente preconceituosa, confesso que não consigo entender.

Faz pouco tempo, totalmente por acaso, encontrei um post do blog Somos todos torcedores. O título era
Ah, eu sou gaúcho! (Racismo e preconceito) e inspirou esta minha reflexão (inclusive no título). Lá, em 2009, o blogueiro, um gaúcho gremista - sim, sou um colorado plenamente capaz de ler e admirar o que escreve um gremista, apesar de não perder uma boa piada quando a oportunidade surge -, escrevia sobre sua preocupação com  alguns comentários preconceituosos de profissionais do futebol de outros estados contra os gaúchos e se dizia orgulhoso de ser brasileiro, apelando para o sentimento de união entre a gente brasileira. 

Até aí, perfeito! O problema, a meu ver, vem logo abaixo do texto, nos comentários. Impressiona a abundância de gaúchos defendendo posições separatistas e o igual número de internautas de outros estados expondo abertamente posturas preconceituosas contra os gaúchos. O pior de tudo é que este é apenas um pequeno exemplo, a pontinha do iceberg. Se vamos nos aprofundar no tema, pululam na mídia atitudes desse gênero. Brasileiros do sul e do sudeste criticando nordestinos, cariocas contra paulistas, baianos contra pernambucanos, brasileiros contra argentinos, brancos contra negros, ricos contra pobres, heterossexuais contra homossexuais, cristãos contra umbandistas e cristãos contra cristãos. Vê-se de tudo! 

Eu, aqui na Cidade-Coração do Rio Grande, tomando meu mate e olhando o céu cinzento pela janela, me pergunto: quando aprendemos a ser preconceituosos? Sim, isso é aprendido. Só pode! Coloquemos uma criança loirinha, de olho azul e cabelo lisinho ao lado de uma criança negra de penteado afro e tudo o que elas vão fazer vai ser brincar. Outro dia vi uma cena assim. Duas crianças que não se conheciam. Os pais ocupados na fila do banco e as crianças ali, divertindo-se, riso franco, alegria nos olhos. Tenho certeza de que em nenhum momento passou por suas cabeças perguntar uma à outra sobre a diferença de cor. Elas só queriam aproveitar a vida!

Vem-me à memória também um vídeo que assisti há alguns meses no Youtube. Um menino estadunidense para ao ver um casal de homens. Olha para eles com a típica curiosidade infantil de quem nunca havia visto algo semelhante. Franca e abertamente, pergunta: "Vocês são casados? Então, vocês são marido e marido? Eu sempre vi marido e mulher! Isso é engraçado!" Divertidos com os comentários do pequeno, o casal simplesmente responde: "Sim, isso é engraçado!" Fascinado, o menino conclui: "Então, isso significa que vocês se amam! Sim, parece que vocês se amam mesmo! Ok... vou jogar ping-pong, vocês podem jogar comigo se quiserem..." 

Esse menino é um exemplo! Espero que ele cresça com essa mesma disposição de aceitar o outro em sua diferença. Não há mal em ser diferente. Todos somos! Não há uma só pessoa igual à outra. Diferentes tamanhos, diferentes cores, diferentes interesses, diferentes sabores. Nem mesmo os gêmeos são absolutamente iguais. Que bom que é assim! Já imaginaram o infinito tédio que seria o mundo se todos fôssemos iguais? Deus me livre de um mundo de iguais! 

Não, não pensem que sou ingênuo. Como defende o filósofo Axel Honneth, o conflito sempre irá existir. Concordo em 100% com isso. Enquanto houver o outro, por mais semelhante que seja, há a possibilidade do conflito. O que me faz realmente humano, entretanto, é a capacidade de aprender com o conflito e transcendê-lo, reconhecer o outro em suas peculiaridades e aceitar que a verdade não me pertence, que o mundo não me pertence e que todos temos parte importante na ordem do universo. Reconhecer o outro significa respeitá-lo, aprender com ele e, por que não, ensinar. Pensemos nisso antes de criticarmos alguém simplesmente por ser diferente.

Esqueçamos por um momento as fronteiras. Fronteiras de todo tipo: geográficas, étnicas, psicológicas, emocionais, ideológicas, históricas e tantas outras. Lembremos que nosso planeta não é mais que um minúsculo grão de poeira girando universo afora e que esse grão é nossa verdadeira pátria - ou mátria. Somos todos cidadãos da Terra. Meu corpo é feito da mesma matéria que o teu, em diferentes configurações. São detalhes o que nos difere e é nesses detalhes que está a riqueza da vida.   

Ah, eu sou gaúcho, sim... mas também sou do mundo! Viva a diferença!

sábado, 15 de junho de 2013

São só 20 centavos...

São só 20 centavos, diz a âncora elegante do telejornal diário. São só 20 centavos repetem o dono da padaria, a secretária do advogado, o motorista do táxi. E esse mantra ecoa nas salas de estar dos casais de classe média, no boteco da esquina, na livraria do centro da cidade. E de tanto ser repetido, as pessoas acabam acreditando que aqueles estudantes gritando pelas ruas, gritam por 20 centavos.

Moça da TV, esses jovens gritam pelos milhões investidos em estádios milionários para que possam desfilar milionários Neymares. Gritam pelos milhões pagos a legisladores ignorantes que ignoram veementemente o povo, preocupados que estão em criar leis que os protejam do STF. Gritam para fazer ecoar o grito dos indígenas, que há tantos anos gritam sem que ninguém os escute. Gritam porque suas escolas são ruins, seus professores são mal pagos, seus pais não têm empregos e seus avós estão morrendo em leitos do SUS. Gritam porque quem deveria estar protegendo seu direito de ir e vir e de manifestar uma legítima indignação está do outro lado da rua com armas apontadas para seus rostos.

É um bando de baderneiros, diz o coronel da polícia. É um bando de baderneiros repetem o garçom do restaurante do shopping, o médico do postinho, a vendedora da loja chique de roupas. E esse mantra ecoa na barbearia do bairro, nos corredores do supermercado, na fila do banco. E de tanto ser repetido, as pessoas acabam acreditando que todos aqueles jovens gritando pelas ruas são bárbaros saídos das páginas da Historia para incendiar as urbes, estuprar as virgens e devorar as criancinhas.

Senhor coronel, não quero negar que há aproveitadores ali no meio. Vê aquele ali pichando o patrimônio público? O patrimônio que, por ser público, é meu também, é seu, é dele e de todos? Percebe aquele outro quebrando as vidraças da loja de revistas? Daquela lojinha lá cujo dono, pessoa humilde da periferia, levanta-se todos os dias às cinco da madrugada e vai se deitar perto da meia-noite? Pois é, senhor coronel, esses dois ali são agitadores, extremistas... bandidos até! Mas e os outros milhares de estudantes vestidos de branco, de cara limpa, com a palavra PAZ desenhada nos seus cartazes, nas suas camisetas, nos seus lábios e nos seus corações?

É muito triste, diz o analista político no programa famoso de TV. É muito triste, repito eu. Mas enquanto sua tristeza deriva da má impressão que os manifestantes em Brasília causam ao público estrangeiro presente para a Copa das Confederações, a minha é causada pela morte da democracia.

Eu fui jovem e lutei pelas Diretas Já. Eu fui jovem e briguei com meu pai, porque ele ajudou a eleger o Collor (fantasma que voltou para nos assombrar). Debati, discuti, estive na rua. Nunca apanhei da polícia, ainda que meus anos adolescentes tenham sido anos de ditadura (anos de transição, é verdade, mas, ainda assim, de ditadura). E agora o quê?

Desce a porrada que essa gurizada é marginal!

Não... não são só 20 centavos...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Quem quer ser professor?


*

Ela chora... Suas lágrimas são também minhas. São as lágrimas de todos nós, brasileiros de boa índole. A maioria dos brasileiros. Um povo que trabalha muito, que dá duro todos os dias para ter comida na mesa.

Jeitinho brasileiro? Brasileiro malandro? São poucos. Infelizmente, são eles que mandam no país. Não, por favor, não me entendam mal! Não estou dizendo que todo mandatário, todo administrador público é malandro. Mas que os mais malandros estão nestes postos... ah, qualquer negação seria vã!

As lágrimas dessa mulher não são simples lágrimas pelo salário perdido. Não são lágrimas por um corte arbitrário, abusivo, monstruoso, criminoso nos salários dos professores de Juazeiro. São as lágrimas por um país que ainda não aprendeu o valor da educação.

Lágrimas por um país em que os pais acreditam que a educação dos seus filhos é responsabilidade exclusiva dos professores. Lágrimas por um país que investe milhões de dólares em tecnologias para a educação, mas paga salários aviltantes a seus professores. Lágrimas por um país que se submete às normas internacionais de "excelência", em que conhecimento é sinônimo de nota e onde as escolas e os professores são penalizados quando as avaliações de seus alunos não alcançam tais níveis. Lágrimas por um país que exige qualificação de seus professores, mas não cria as condições necessárias para que isso se torne realidade.

Não quero vitimizar os professores. Como em qualquer profissão, há bons e maus professores. A questão é que os melhores professores ganham menos que os piores advogados ou os piores médicos. E por acaso nós, professores, somos menos profissionais ou produzimos menos que um médico ou um advogado? Não creio. Talvez, se os professores tivessem melhores condições de trabalho, precisássemos de menos médicos e de menos advogados.

Quando é que nosso governo vai realmente entender que a educação é a base da sociedade e que esta base é sustentada pelos professores? Quando é que o governo do Rio Grande do Sul vai resolver pagar o piso nacional que nega, apesar de ter sido seu atual governador um dos grandes arquitetos dessa lei? Quando é que os vereadores dos Juazeiros de nosso Brasil vão finalmente ter vergonha de tirar 40% do salário dos professores que trabalham dia e noite (sim, de noite vamos para casa preparar as aulas e corrigir os trabalhos de nossos alunos sem ganhar mais por isso) e assumir que seus salários de 10 mil reais e sua carga horária de dois dias semanais são, para dizer o mínimo, vexatórios?

E diante de todo esse quadro, especialistas ainda se perguntam por que os índices de evasão das licenciaturas hoje são tão altos e os índices de ingresso proporcionalmente tão baixos. Nessas condições, quem quer ser professor?

Em algum momento, imaginei que as coisas estavam melhorando. Agora, tocado pelas lágrimas dessa professora, só me resta fazer coro ao saudosíssimo Renato Russo: que país é este?


*Imagem disponível em http://imguol.com/c/noticias/2013/06/08/8jun2013---professora-chora-diante-da-aprovacao-da-reducao-do-salario-dos-professores-em-juazeiro-do-norte-no-ceara-o-corte-pode-chegar-a-ate-40-1370736492031_615x300.jpg

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Pele Verdadeira

O vídeo abaixo, cujo título é Pele Verdadeira, mostra um possível futuro, com ambientação cyberpunk, em que as pessoas são capazes de repor partes de seu próprio corpo e implementar "melhorias" através da assimilação de partes cibernéticas. O ápice desta técnica seria a transferência da própria memória para outro corpo, numa espécie de processo de imortalização da mente e da identidade além dos limites do próprio corpo.

Francamente, tenho minhas dúvidas com relação a este processo tecnológico de imortalização. Sermos imortalizados pela memória das pessoas que nos amaram em vida e  pelos bons exemplos que podemos deixar é uma coisa. Viver para sempre numa placa de silício é uma perspectiva arrepiante para mim. Talvez no futuro as pessoas não pensem assim. Seja como for, acho que o sentimento de finitude é parte do que nos faz humanos.

Por outro lado, não podemos negar que já somos um pouco ciborgues. Chislenko, um importante teórico russo falecido no início do século XXI, por exemplo, desenvolve uma interessante reflexão com base em dez questões sobre nossa relação com o mundo que nos rodeia: a nossa dependência de artefatos externos (roupas, inclusive), a forma como recebemos informações etc. Ao final, ele afirma: “Se você respondeu 'sim' para a maioria destas questões, por favor, aceite meus cumprimentos (e/ou condolências): você já é um ciborgue!” Haraway segue linha semelhante, afirmando que ciborgue é “o humano entendido como um ser que habita redes (...) que se percebe profundamente conectado às outras pessoas, aos objetos e ao ambiente em que vive”.

Isso é ruim? Não necessariamente. Se ser ciborgue significa que cegos vão ter próteses que lhes permitirão ver ou que vamos conseguir criar, de fato, uma comunidade universal que promoverá mais entendimento e respeito mútuo por meio da interação nas redes de computadores, como quer Lévy, talvez valha a pena... ciborguização: use com moderação!


segunda-feira, 25 de março de 2013

Decálogo do Professor de EaD (by Leffa)

Em meados de 2011 tive a oportunidade de participar do IV Encontro Nacional de Hipertexto e Tecnologias Educacionais. Entre as múltiplas e interessantes atividades do evento, tive a felicidade de participar de um seminário com amigos e colegas com os quais há alguns anos compartilho inquietações, dúvidas e soluções em torno de tecnologias para o ensino-aprendizagem de línguas. Em comum, além da amizade e dos interesses profissionais, a presença constante do nosso eterno orientador, o professor Vilson Leffa.

Na oportunidade, o professor Leffa apresentou-nos em primeira mão o seu Decálogo do Professor de EaD. Eu anotei o decálogo numa folha de bloco, que vem me namorando há quase dois anos desde cima de uma escrivaninha. Fiquei sabendo que, além do resumo publicado no caderno do evento, em 2012 o professor publicou, junto com a competente colega Christiane Heemann, o seu decálogo como capítulo de um livro editado pela UEM (LEFFA, Vilson; HEEMANN, Christiane. Decálogo do professor de EaD. In: Perspectivas educacionais para o ensino de línguas. Maringá: Editora da UEM, 2012). Infelizmente, não tive acesso a este livro e não sei como está organizado o texto, mas tenho certeza de que o professor não se importará se eu transcrever aqui, de maneira bem objetiva, seus dez mandamentos. Transcrevo a partir do que pude anotar e não faço qualquer comentário, para não descaracterizar as ideias originais com minhas impressões pessoais. Lá vai:

  1. Desconfiarás de quem critica sem conhecer. 
  2. Perguntarás o que a tecnologia pode fazer por ti, não o que podes fazer pela tecnologia. 
  3. Incentivarás a cópia. 
  4. Planejarás mais para trabalhar menos. 
  5. Motivarás por meio dos recursos. 
  6. Valorizarás a interação mais do que o conteúdo. 
  7. Usarás de humor. 
  8. Tornarás a mídia invisível. 
  9. Fundarás uma comunidade. 
  10. Não seguirás estes mandamentos. 

Deles, o que talvez mais tenha despertado curiosidade no momento, foi o terceiro. Lógico, isso tem que ser MUITO bem entendido e posso comentar um pouco mais, se alguém tiver interesse. O décimo, claro, demonstra o caráter e o constante bom humor desse professor, que é sempre um grande exemplo!

domingo, 24 de março de 2013

Pronúncia online

Depois de um mês sem postagens, com quinze dias de quase férias, nos quais tive o privilégio de passar uma semana na maravilhosa cidade de Salvador para matar a saudade de mais de dez anos, retomo as postagens neste blog, trazendo, hoje, algumas dicas sobre como aprimorar a pronúncia da língua espanhola com recursos online. Para o estudante (neófito ou avançado) de espanhol sempre há ferramentas muito interessantes e úteis que, quando bem usadas, podem prover um significativo incremento na qualidade da pronúncia.

O primeiro site que gostaria de comentar é o Phonetics. Trata-se de um site disponibilizado pela Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, e que fornece acesso aos sons do espanhol, bem como do inglês e do alemão. O interessante deste site é o fato de prover vídeos demonstrando a pronúncia dos sons e de palavras em que esses sons aparecem, além da representação fonética e de animações em flash com o modo e o ponto de articulação. É um site muito completo, que apresenta, inclusive, as possíveis variações de alguns fonemas do espanhol. Ver, escutar e procurar reproduzir o que ali se apresenta pode ajudar sensivelmente num aprimoramento da pronúncia.

Também da Universidade de Iowa gosto muito de utilizar o Dialectoteca. Este site traz videos com pessoas de diferentes lugares do mundo, de países de língua espanhola, falando sobre assuntos diversos, de forma espontânea, em um ambiente controlado. Ouvindo a fala dessas pessoas é possível ter uma boa visão sobre a variedade da língua espanhola, não só em termos de pronúncia, como também de léxico.

Outro site bacana é o ES-Exchange. O ES vem de English/Spanish. Trocando em miúdos, seria algo como intercâmbio entre espanhol e inglês. O site está em inglês, ok, mas para quem não domina o idioma do Shakespeare, o que interessa é ir direto para o fim da página que indiquei acima e clicar no mapa. Lá, há vários pontinhos indicando diferentes lugares em que se fala espanhol. Ao clicar, abre-se um arquivo de áudio com um informante nativo de língua espanhola lendo cinco diferentes textos que colocam em evidência alguns dos fenômenos mais importantes da fonética do espanhol. Isso é interessante porque ajuda a identificar as diferentes maneiras com que um nativo pode pronunciar um "s" em final de sílaba, por exemplo, um "y" etc.

Com base nessas experiências, a equipe da minha linha de pesquisa Além da Visão, especialmente estimulada pela professora Angelise Fagundes, uma de minhas parceiras de pesquisa, resolveu montar o projeto Voces. Unindo a ideia de leitura de textos iguais em diferentes variantes do ES-Exchange e a expressão livre da Dialectoteca, temos entrado em contato com falantes nativos do espanhol em diferentes países. A esses informantes solicitamos que leiam um texto previamente preparado por nós, que põe em destaque alguns fenômenos de pronúncia que julgamos importantes, gravando-o em formato MP3, e que gravem um segundo áudio contando-nos qualquer coisa que julgarem interessante, sobre sua vida, sua cidade, seu país... Logo, colocamos esse material online na página do projeto. O diferencial deste site é que usamos exclusivamente links simples, listados um abaixo do outro, o que visa facilitar o acesso de pessoas com deficiência visual, algo que os sites com vídeos e animações não permitem. O projeto tem avançado rapidamente e esperamos alcançar todos os países de língua espanhola com grande velocidade. Aos poucos, vamos ampliar e diversificar, colocando áudios de diferentes regiões de um mesmo país e procurando cobrir o máximo possível de território desses países.

Se és estudante de língua espanhola, aproveita! Se és nativo de língua espanhola e tens vontade de colaborar com nosso banco de dados, entra em contato!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A presença humana na EaD

As semanas 3 e 4 do curso de Culturas Digitais (no qual estou levemente atrasado, uma vez que a semana 5 começa hoje), trazem discussões interessantíssimas sobre o ser humano na era digital. Gostaria de começar este post com o vídeo indicado abaixo. Ele tem só 40 segundos.



O vídeo é parte de uma história em capítulos que envolve os personagens Adam e Jane. O rapaz que tecla com Adam está preocupado com Jane e comenta com seu amigo. Adam começa a escrever um e-mail para Jane, mas para, decide esperar um pouco e ligar. Obviamente trata-se de uma propaganda de telefonia, mas a discussão está valendo: por que Adam prefere ligar ao invés de escrever?E que implicações pode ter este simples ato se pensamos na Educação a Distância?

Douglas Hersch, professor da Universidade de Santa Bárbara, nos Estados Unidos, e responsável pela área de tecnologias, está convencido de que uma das melhores maneiras de diminuir os assustadores números da evasão na EaD é o uso do áudio e, sobretudo, do vídeo nas disciplinas. Evidentemente, ele não descarta o uso de textos, mas, na sua opinião, o engajamento dos alunos vai de mãos dadas com a comunicação audiovisual.

O pesquisador embasa suas afirmações em uma pesquisa que realizou em 2009 com um grupo de 145 alunos. Nesta pesquisa, trabalhou com os recursos usuais da EaD (vídeos, textos, podcasts etc.) junto a um grupo e, com outro, a esses recursos acrescentou vídeos seus, falando sobre os conteúdos e "conversando" com os alunos. Segundo Hersch, os resultados obtidos com seus vídeos foram fantásticos, obtendo queda da evasão e uma melhora considerável na qualidade da aprendizagem. Com isso, Hersch quer dizer que a presença humana, mesmo que por meio de vídeos, é aspecto fundamental da aprendizagem.

Em minha experiência, sou obrigado a concordar com o autor. Quando ministro uma disciplina de EaD tenho o costume de elaborar vídeos semanais. São peças caseiras, com algo em torno de 10 minutos de duração, nada muito elaborado. Mesmo assim, a maioria dos meus alunos aponta que esses videozinhos, em que converso sobre o que encontrarão ao longo daquela semana de estudos, ajudam de maneira fundamental na compreensão e no desenvolvimento do conteúdo.

Acredito que mais que minha "bela estampa" e "voz envolvente" ou mesmo ainda minhas "explicações perfeitas", os alunos obtêm melhores resultados porque se sentem motivados pela "presença" humana. As inflexões da voz humana, a emoção que transmitimos são elementos aglutinadores e motivadores. Muito mais, sem dúvida, que o simples texto escrito e disponibilizado semanalmente no ambiente virtual de aprendizagem.

Claro, eu não realizei, ainda, nenhuma pesquisa prática neste sentido, mas acho importante compartilhar estas suspeitas, pois acredito que como Hersch e eu, muito professores de EaD têm sensação semelhante. Dá um pouco de trabalho, mas acho que pelos alunos, vale a pena!

Para quem quiser ler uma matéria sobre o trabalho de Hersch (em inglês), disponibilizo aqui o acesso: link.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Filosofia em quadrinhos I

A partir desta postagem, decidi unir, em uma série, duas coisas de que gosto muito desde pequeno: quadrinhos e Filosofia. Ainda que existam muitos críticos a este gênero - os quadrinhos - preciso dizer que minha vida teria sido bem diferente sem eles. Para começar, foi por meio dos quadrinhos que me alfabetizei. Lembro nitidamente de meus quatro anos de idade e do deleite que sentia ao escutar, pelas vozes dos meus pais, as histórias da Disney e do Recruta Zero (personagem favorito do meu pai à época). Também tenho uma nítida memória de meu pai lendo um número do Incrível Hulk para mim, aos cinco anos de idade, e dos meus esforços para acompanhar a leitura, tentando unir aquelas mágicas e misteriosas runas para formar as tão ansiadas  palavras. Enfim... antes de entrar na escola, o que aconteceu entre os seis e sete anos de idade, eu já lia histórias em quadrinhos.

Hoje, aos trinta e nove, ainda leio. Os quadrinhos evoluíram, claro, e o meu gosto também. Não leio mais Disney (ainda que não tenha qualquer coisa contra), mas gosto muito das novelas gráficas. Confesso, porém, que ainda sou fã de super-heróis. E imagino que talvez aí esteja meu vínculo com a Filosofia. Vou tentar explicar...

Aos sete ou oito anos de idade, comecei a devorar fascículos de coleções que meus pais compravam. Primeiro, uma coleção sobre animais, e logo, sobre personagens históricos (a história de Joana D'Arc marcou profundamente minha imaginação infantil). Nesta última, as histórias de Sócrates e de Platão me chamaram a atenção poderosamente. Claro, era ainda algo muito incipiente, inquietações infantis... mas quem disse que criança não filosofa?

Minha entrada de cheio no mundo da Filosofia, entretanto, se deu quando, aos dez anos de idade, saí da pequena escola do bairro para a grande escola estadual no centro da cidade de Pelotas, o Instituto de Educação Assis Brasil. A escolinha municipal em que estudei até a quarta série não tinha biblioteca. Mas o Instituto... Eu fazia competição comigo mesmo para completar o cartão da biblioteca!

Foi nesse afã que me deparei com uma edição de bolso, um tanto grossa e gasta, de um livro que me marcaria para sempre: Assim Falava Zaratustra, do hoje pop Nietzsche (algumas traduções usam tempo verbal diferente: falou). Fiquei tão encantado com os conceitos do livro e com a figura imponente de Zaratustra que não consegui parar de ler até acabar. Daí a buscar outras obras do bigodudo alemão e, logo, de outros filósofos, do ocidente e do oriente, foi um passo.

Enfim, esse longo preâmbulo serviu apenas para justificar meus interesses. Lendo quadrinhos, aprendi muita coisa sobre física, química, sobre línguas estrangeiras, e, pasmem, sobre filosofia. O clássico personagem de Jerry Siegel e Joe Shuster, o Superman, aliás, incorporou muitos dos conceitos de Nietzsche (ainda que quem entenda de alemão afirme que übermensch tenha mais a ver com além-homem do que super-homem, conceitos consideravelmente diversos).

Para a estréia desta série, então, abro com Calvin e Haroldo. Não à toa, estes personagens no original são Calvin e Hobbes, referência explícita a dois notórios filósofos. Adequada a crianças pelas travessuras divertidas que narra, a história dos dois personagens não raro serve para expressar as inquietações filosófico-existenciais do seu autor, Bill Watterson, provocando reflexões sérias e bastante profundas. Na tira abaixo, uma indagação existencialista, ao estilo de outro ícone pop: Matrix! Para ler melhor, clica na figura!

Calvin diante da poça d'água.

Esta tira pode ser encontrada na página 34 do livro Criaturas Bizarras de outro Planeta.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Pluralidade

Neste novo vídeo do curso de Culturas Digitais, há uma história de mistério envolvendo viagens no tempo. Uma mulher é presa. Ela é uma pluralidade, isto é, há duas da mesma vagando pelas ruas de Nova York. As duas são absolutamente a mesma pessoa em nível celular, mas a polícia sabe, pois já enfrentou casos semelhantes, que uma delas veio do futuro. É preciso descobrir qual. Um interrogatório e muito apoio tecnológico acabam resolvendo o problema, ainda que os policiais sigam com dúvidas sobre o motivo de tantas pessoas estarem sendo enviadas de volta. Nenhum dos presos revelou seus motivos.

Apesar da história instigante sobre viagens no tempo, o importante para a discussão de culturas digitais é o cenário que o curta apresenta: uma sociedade megatecnológica em que simplesmente ao tocar no corrimão de uma escada ou encostar os cabelos a uma vidraça a pessoa é identificada. Isso possibilita que qualquer bandido seja imediatamente identificado e capturado. Por outro lado, a privacidade é algo praticamente inexistente. O Estado tem pleno controle sobre cada passo de cada cidadão. 

A pergunta que paira no ar é: vale a pena trocar privacidade por segurança? Segundo as autoridades do filme, sim, porém o que a viajante do tempo sugere é que no futuro isso trará consequências desastrosas. O fato porém, é que em muitos níveis essa fantasia está se tornando realidade. Os sistemas cada vez mais integrados dos governos nos tornam cada vez mais transparentes para o sistema. Além disso, o controle extragovernamental é evidente. Ao navegar por sites na internet, cada passo nosso é monitorado, os sites já sabem nossos gostos pessoais e interesses, a partir da análise de nossas escolhas anteriores. Gradativamente, já estamos perdendo nossa privacidade. Na minha opinião, isso não é nada bom! Mas como lidar com isso?


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

COMA

E o conceito de cursos massivos abertos online ou MOOC (do inglês Massive Open Online Course) está ganhando o mundo. Inúmeras universidades de todo o planeta estão engajadas nesta ideia. São cursos que reúnem dezenas de milhares de estudantes no mundo todo frequentando cursos de extensão de algumas das instituições mais reconhecidas do globo. Eu mesmo estou fazendo, agora, dois cursos pela Universidade de Edimburgo (Escócia), um sobre E-learning e Culturas Digitais e outro de Introdução à Filosofia.

O Centro de Tecnologias da Georgia, nos Estados Unidos, foi o único que decepcionou até o momento. Propôs um curso sobre planejamento e aplicação de cursos em EaD e não conseguiu sequer organizar a formação de grupos. Os professores abriram uma planilha Google Docs para os grupos se organizarem e o resultado foi catastrófico. Muitos não sabiam manejar a ferramenta e os grupos ficaram duplicados, alguns foram apagados... o caos! Numa tentativa de salvar o curso do afogamento, os professores abriram fóruns para que os grupos fossem montados, só que neste momento, alguns grupos, como o meu, já estavam organizados e trabalhando, enquanto outros não sabiam por onde começar. No final das contas, curso suspenso até que os professores pensem em nova estratégia.

Qual não foi minha surpresa, entretanto, quando, estudando alguns conteúdos do curso de culturas digitais, avisto um tweet (sim, eles ficam passando o tempo todo enquanto estamos conectados à página) em espanhol anunciando cursos promovidos pela espanhola UNED, referência internacional em Educação a Distância. Fui lá conferir e, claro, me inscrevi em dois ou três cursos. Se vou dar conta de tudo? Só Deus sabe, mas não custa tentar.

Lá, há coisas tão interessantes como um curso de TICs, uma iniciação ao alemão, uma discussão sobre obras de arte em seu contexto histórico e muito mais. Para quem tinha o inglês como barreira para iniciar um curso nessa nova modalidade de ensino-aprendizagem, que são os cursos massivos, o COMA (Cursos Online Masivos y Abiertos) pode ser uma boa pedida!

Para quem se interessar: link.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Um encontro na era digital

Alguém já pensou em ir para um encontro e ter à mão todos os dados digitais dos diferentes perfis online da menina (ou do rapaz) que convidamos? Estar conectado a um aplicativo de maneira tão completa e ao mesmo tempo tão discreta a ponto de medir as reações da outra pessoa, poder selecionar as palavras certas, conduzir a conversa e até os gestos, sorrindo ou calando nos momentos adequados, e utilizar tudo isso como ferramentas de conquista?

Sonho para alguns, pesadelo para muitos outros, o vídeo Sight mostra como seria um encontro destes.

Atenção para o bacanérrimo game do início do vídeo (ninguém sonhou em voar algum dia?) e para a estranha e até opressora sensação de ver uma pessoa interagir com coisas que os demais não são capazes de perceber, ao melhor estilo "I see dead people!" ou "um dia de esquizofrenia".


Sight from Sight Systems on Vimeo.

Mais da série utopias digitais

O vídeo abaixo é da Microsoft e tem o "singelo" título de Productivity Future Vision. Mostra um futuro extremamente clean em que as pessoas têm absolutamente tudo à disposição nos seus dispositivos móveis, ao alcance dos dedos, desde a lista de supermercado, passando pela comunicação com a família, pelas informações dos clientes e chegando ao ponto central do vídeo: a possibilidade de trabalhar 24 horas por dia!

Claro, as imagens procuram remeter ao lado bom da tecnologia, o encurtamento de distâncias, as possibilidades culturais, mas o próprio título, Produtividade, já diz muito. As possibilidades que nos apresentam as tecnologias, de fato, são maravilhosas, mas quem, por exemplo, trabalha com Educação a Distância sabe que é difícil (ainda que imperativo) encontrar um equilíbrio, pois onde quer que estejamos, o trabalho está ao alcance dos dedos.

Vale muito para refletir!

Um dia feito de vidro 2

A maioria das pessoas interessadas em tecnologias já assistiu o vídeo A day made of glass. Pois a Corning Incorporated, empresa responsável pelo original, lançou agora a segunda edição. Rico em cores, com uma música tranquila que lembra Kitaro, e protagonizado especialmente por duas meninas, o vídeo entra na discussão sobre distopias e utopias em torno das tecnologias reforçando a tese da utopia: um mundo futurista em que o vidro serve de anteparo para projeções digitais de alta qualidade que colaboram em áreas fundamentais da vida humana, como a Educação e a Medicina.

Vale conferir!


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Enciclopédia de Filosofia

Sabes aquele momento em que estás escrevendo um artigo e precisas de uma definição sobre um conceito da Filosofia de maneira clara e objetiva? Pois para quem sabe um pouquinho de inglês ou sabe lidar bem com tradutores online (isso é uma arte), o professor Dave Ward, da Universidade de Edimburgo, indica que o site  Internet Encyclopedia of Philosophy é uma boa pedida.

Para acessar: link.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Nativo Digital, Imigrante Digital

Nativo Digital, Imigrante Digital de Marc Prensky já é um clássico, mas como todo clássico merece ser revisitado com frequência.

O original em inglês: link.

Abaixo, uma apresentação do Slideshare com um brevíssimo resumo em português:



domingo, 3 de fevereiro de 2013

EaD como solução

Segundo John Daniel, Diretor Geral Assistente da Unesco para a Educação, entre 2001 e 2004, a EaD não serve apenas para solucionar o problema das distâncias físicas ou geográficas, como levar educação para regiões rurais ou pequenas comunidades que nunca teriam acesso a uma universidade. EaD aproxima da educação quem está dela separado pelo tempo, pois não pode estar numa sala de aula naquelas horas que a instituição determina; ou pela condição social, pois não se sente confortável circulando nas dependências de uma instituição de ensino particular; ou por determinada deficiência, já que a maioria das universidades não têm as adaptações e os profissionais necessários para receber a uma pessoa surda ou cega. A tecnologia apresenta UM caminho para solucionar muitas dessas questões.

Para o texto completo: link

Inbox

Inbox é outra videoleitura do curso de E-learning and Digital Cultures da Universidade de Edimburgo. De maneira delicada e metafórica, demonstra como as tecnologias podem aproximar as pessoas.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Argumento e Visão

No curso Introduction to Philosophy, da Universidade de Edimburgo, aprendi algo muito interessante com o professor Dave Ward, com base em texto de Hilary Putnam (considerado por alguns como o maior filósofo vivo - sim, ele é homem e não tem nada a ver com Hilary Clinton). Para Putnam, Filosofia envolve visão e argumento. Visão sem argumento gera uma Filosofia que carece de conteúdo, de bases sólidas, de reflexão. Argumento sem visão é discurso vazio, sem coração e sem força.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Divindade digital

Um dos cursos que estou fazendo no momento chama-se E-learning and Digital Cultures, ministrado pelos professores Jeremy Knox, Sian Bayne, Hamish Macleod, Jen Ross, Christine Sinclair, da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Eles propõem algumas videoleituras e a primeira que fiz foi esta, que aborda a tecnologia vista como divindade.

Enjoy it! ;-)