sexta-feira, 21 de março de 2014

"Vamos matar todo mundo!"

Linda e inteligente... pelo menos é o que pensa de si mesma a moça que participa do programa famoso de televisão. Advogada, adora gabar-se de sua "brilhante" capacidade de argumentação. E é argumentando que ela afirma, a respeito dos portadores de HIV: "Vamos matar todo mundo!" Simples assim! A gente acaba com as pessoas com HIV e a AIDS desaparece do mundo. Realmente genial! Como ninguém nunca pensou nisso antes?

Ops... já pensaram, não é? Pois é, Alan Moore, autor da icônica graphic novel V de Vingança, afirmou que criou sua obra sobre uma sociedade futurista e radicalmente fascista com base no governo Margareth Thatcher, momento histórico em que, segundo o autor, circulavam pelas ruas de Londres verdadeiras aberrações inspiradas pela mão pesada da Dama de Ferro, inclusive a criação de campos de concentração para pessoas com AIDS e sua consequente eliminação.

Boatos de "limpeza populacional" durante guerras africanas e do leste europeu envolvendo pessoas portadoras do vírus da AIDS também circularam pela internet durante algum tempo. Ora, se já estamos matando os inimigos, por que não matar pessoas com AIDS, para evitar que a praga se espalhe? Aliás, por que não matar todos os doentes, fracos e pessoas com algum tipo de deficiência?

Seria perfeito! Um mundo cheio de gente linda, alta, de cabelos loiros e olhos azuis! Mas espera... alguém já sonhou com isso uma vez, não é? Se não me engano o nome dele era Hitler ou algo parecido. Parece que foi um governante amado pelo seu povo e que fez muita coisa boa por aí. Não sei que fim levou. Parece que a ideia não deu muito certo...

Ironias à parte, deixo aqui registrada minha indignação. Não tenho o "prazer" de assistir o Baita Bestialidade Brasil, mas me acostumei, ano após ano, a ler e ouvir na mídia o conjunto inacabável de aberrações que as "bestas" costumam fazer e dizer. É impossível ignorar. Até histórias de estupro ao vivo rolaram!

Só neste ano de 2014, já apareceu uma besta (e besta gaúcha, o que me deixa ainda mais triste) fazendo comentários racistas, outra besta dizendo que tem nojo de gay, mas não tem preconceito, e até uma besta fazendo gracinha com a tragédia de Santa Maria. Gênios todos!

As tecnologias são fantásticas. Têm tudo para ajudar a educação. Por enquanto, porém, só posso rezar que, quem sabe um dia, a gente possa ter uma TV que consiga evitar os programas ridículos de apelo fácil, que só sabem deseducar e brutalizar, e invistam um pouco na inteligência e na formação de cidadãos críticos. Amém.

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